Em tempos de boom imobiliário, a estabilidade econômica não garante equilíbrio aos preços dos materiais de construção. A diferença entre os valores pedidos por um mesmo produto está batendo os 206%, como constatou pesquisa feita pelo Morar Bem em 20 lojas do Grande Rio. É o caso, por exemplo, do saco de areia, que pode custar entre R$ 0,65 e R$ 1,99.

No caso do tijolo de barro comum, com preços que variam entre R$ 0,52 e R$ 0,90, a diferença é de 73%. A argamassa cimentcola pode sair por R$ 7,10 ou até R$ 10,90, em variação de 53,5%. Mas esses são apenas alguns dos exemplos.

Para o diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), Antônio Carlos Gomes, a variação de preço é um fenômeno típico do mercado varejista, que, no setor, ganha força à medida que aumenta o contingente do chamado consumidor “formiguinha”. Um reajuste endossado pela alta de 29,4% no volume de recursos financiados pela Caixa Econômica para a compra de material de construção no primeiro semestre. Foram R$ 2,2 bilhões, contra R$ 1,7 bilhões do mesmo período de 2009.

“Há muita especulação em função do aumento da demanda. É parte da lei da oferta e da procura. O consumidor final, diferentemente da construtora, tem de gastar sapato e ir às ruas pesquisar. No caso das empresas, que compram por atacado, não há grandes oscilações de preço, salvo os cotados em dólar.”

Na avaliação do presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Konz, as variações de preço são difíceis de ponderar e, na maioria das vezes, estão atreladas ao peso que o produto tem no faturamento da loja e ao serviço que é prestado ao cliente, como a cobrança ou não de frete. A localização do estabelecimento também influencia no preço final.

O Globo - 16/08/10

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